Cruzeiro inédito retoma antiga rota marítima de tráfico de escravizados para inaugurar um novo marco de cooperação cultural, turística e econômica entre Brasil e Angola.
O Retorno,
o Reencontro,
o Reconhecimento,
a Reparação
Um gigantesco navio cruza o Atlântico, carregado de mulheres e homens negros. Uma cena que se repetiu por mais de três séculos, em embarcações que transportaram, em seus porões, milhões de pessoas subjugadas pela injustiça, pelo medo e pela violência. Entre os portos de Luanda, em Angola, e o Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, a principal porta de entrada de africanos escravizados nas Américas. Desta vez, porém, o caminho é inverso: a partida é do porto de Santos, e o destino, Luanda.
A embarcação é um navio de cruzeiro. Os passageiros ocupam as cabines, ministram cursos, apresentam arte, religiosidade, música e fazem negócios. O conhecimento e a alegria de compartilhar preenchem os espaços. O clima é de reflexão, reverência aos ancestrais, crescimento e celebração. Afinal, os descendentes daqueles que fizeram a viagem de ida sob o jugo do opressor retornam como vencedores à Mãe África.
Essa é a proposta do projeto “A Grande Travessia: o Retorno, o Reencontro, o Reconhecimento, a Reparação” – elaborado e organizado pelo antropólogo e professor doutor Dagoberto José Fonseca, livre-docente da Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista de Araraquara (FCLAr/UNESP), com a parceria de colaboradores independentes e instituições públicas e privadas do Brasil e de Angola.